quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Ministério da Saúde diz que menino do Amazonas sobreviveu à raiva, mas ainda é cedo para falar em cura


Ministério da Saúde disse nesta quarta-feira (10) que o adolescente de 14 anos que contraiu raiva humana em novembro de 2017 em Barcelos (AM) é o segundo caso de paciente que sobreviveu à doença no Brasil. O primeiro caso ocorreu em 2008, no estado de Pernambuco.

Mateus Castro vai continuar em tratamento por pelo menos mais quatro meses e terá uma equipe multidisciplinar de reabilitação para tratar as sequelas motoras e na fala.

Segundo o Ministério da Saúde, o caso registrado no Amazonas teve o mesmo tratamento usado na cura do paciente de Pernambuco – o jovem foi submetido ao protocolo de Milwaukee, com uso dos medicamentos Biopterina e Amantadina, próprios para pacientes com encefalite causada pelo vírus da raiva.

O Ministério da Saúde diz que ainda é cedo para ter esse diagnóstico de cura, e o que se pode dizer é que houve a "eliminação do vírus rábico no organismo do paciente em tratamento" e a "recuperação clínica" do adolescente e que "ainda é precoce para se determinar o prognóstico de recuperação, embora até o momento a evolução clínica esteja ocorrendo de forma positiva".

"No Brasil, esse é o segundo registro de caso de paciente que sobreviveu à doença. O outro foi em 2008, no estado de Pernambuco. No restante do mundo, existem relatos de apenas mais três outros casos de cura: dois nos Estados Unidos, em 2004 e 2011, respectivamente, e o outro na Colômbia, em 2008, sendo que este faleceu, por outras causas associadas, após atingir a cura. Em relação ao caso registrado no Amazonas, cabe ressaltar que foi utilizado o mesmo protocolo de atendimento usado na cura de PE em 2008. No entanto, a pasta ainda não recebeu todos os relatórios neurológicos do paciente, de modo que não há como avaliar ainda quais as condições e prognóstico de recuperação".

O protocolo de "Milwaukee", também conhecido no Brasil como "Protocolo de Recife", consiste em um tratamento experimental para raiva em seres humanos, conforme explica o infectologista da FMT-HVD, Antonio Magela, que acompanha o caso.

"É um protocolo de procedimentos com uso de antivirais(biopterina e a amantadina) para tratar paciente com encefalite provocada pelo vírus da raiva. Não temos ainda a confirmação via exames, mas não precisamos disso para aplicar o tratamento. Mesmo não sendo confirmada a raiva, aguarda-se ação dos medicamentos por se tratarem de antivirais", explicou.

Mateus deu entrada na Fundação de Medicina Tropical (FMT) no dia 2 de dezembro com sintomas de febre e formigamento nas mãos. Segundo o infectologista Antônio Magela, da FMT, a diferença de Mateus para os irmãos pode ter sido a internação precoce, logo após o aparecimento dos primeiros sintomas.

A raiva é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus que acomete mamíferos, inclusive o homem, e é transmitida principalmente por meio da mordida de animais infectados. Em 2017, foram cinco casos, sendo um em Pernambuco, um em Tocantins, um na Bahia e três no Amazonas.

FONTE: G1.COM, Ministério da Saúde.

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