O número de revalidação de
diplomas de medicina obtidos no exterior sofreu queda expressiva após a criação
do Revalida, exame organizado pelo Inep (órgão do Ministério da Educação) para
medir os conhecimentos dos candidatos.
Segundo dados divulgados
nesta quarta-feira (12) pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), se em 2003 668
médicos tiveram o diploma estrangeiro revalidado no Brasil, em 2012 o número
caiu para 121 --uma redução de 5,5 vezes. Em 2011, foram 238 diplomas
revalidados.
"Os últimos dois anos
foram os anos em que menos se revalidou diplomas de profissionais médicos desde
2001 no nosso país", afirmou o ministro em audiência pública na Câmara dos
Deputados.
Padilha defendeu a
importação de médicos com diploma estrangeiro como uma das medidas para
garantir o aumento de profissionais em áreas onde hoje há carência de
atendimento. O ministro afirmou que uma melhor análise sobre o modelo do exame
também está em debate.
"Uma das questões é
aprimorar o Revalida, como tem sido feito e discutido pelo Ministério da
Educação. É um dos caminhos para se aprimorar", afirmou.
O governo estuda alterar o
Revalida, para que o exame tenha o mesmo grau de exigência dos cursos
nacionais. Uma possibilidade é calibrar a nota de corte pelo desempenho de formandos
de medicina na prova.
CUBA
Durante audiência, o
ministro foi questionado sobre a qualidade dos médicos de Cuba que aderirem ao
programa. Padilha afirmou que "não existe preconceito" da pasta em
relação aos profissionais formados no país.
O presidente do CFM
(Conselho Federal de Medicina), Roberto D'Ávila, afirmou que a entidade é
contrária à entrada de médicos com diploma estrangeiro no Brasil sem antes
passarem por uma prova. "Nós somos contra essa autorização especial.
Primeiro porque somos um país democrático, onde o direito de ir e vir é
fundamental para qualquer pessoa que queira se estabelecer no país. E não é
possível deixar de avaliar um médico. Um médico ruim é pior do que nenhum
médico", afirmou.
FONTE: FOLHA DE SÃOPAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários que contenham termos vulgares e palavrões, ofensas, dados pessoais (e-mail, telefone, RG etc.) e links externos, ou que sejam ininteligíveis, serão excluídos. Erros de português não impedirão a publicação de um comentário.