terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Vacina contra febre amarela em idosos – perguntas e respostas



Com o aumento dos casos de febre amarela no Brasil, principalmente na região sudeste do País, muitas pessoas vão aos postos de saúde em busca da vacina contra a doença. Entretanto, a imunização de idosos sem a devida orientação médica pode ocasionar graves reações, especialmente em pessoas com problemas de saúde e baixa imunidade. A Comissão de Vacinação da SBGG elaborou algumas perguntas e respostas para orientar a população sobre a vacina:

1) Idosos podem tomar a vacina contra a Febre Amarela?

A vacina é o método mais eficaz para prevenir a Febre Amarela. Porém, nos idosos, é maior o risco de reações adversas causadas pela vacina. Os idosos apresentam um envelhecimento natural do sistema imune, chamado imunossenescência, o que acarreta em uma maior incidência de efeitos colaterais.  Portanto, recomenda-se maior cautela nesta faixa etária e a decisão sobre vacinar ou não o idoso contra a Febre Amarela deve ser individualizada, levando em consideração os riscos e benefícios da vacina. Dessa forma, os idosos que residem ou precisarão permanecer por tempo prolongado em áreas de maior risco para a doença, que têm bom estado de saúde e que NÃO apresentem contraindicações à vacina (ver abaixo) podem ser candidatos a tomarem a vacina.

2) Quem NÃO PODE tomar a vacina contra Febre Amarela?

Como esta vacina é constituída por vírus vivo atenuado, pacientes com condições que deprimem a imunidade possuem risco substancialmente maior de reações graves. Portanto, pessoas com câncer, doenças do timo, infecção pelo HIV, submetidas a transplante de órgãos ou que tomam medicações imunossupressoras (como quimioterapia ou corticoides em altas doses) NÂO PODEM tomar esta vacina. Além disso, pessoas com histórico de reações alérgicas graves (anafilaxia) a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras) também não podem tomar.

3) Quais as possíveis reações adversas à vacina da Febre Amarela?

Os efeitos colaterais mais comuns são dor, inchaço e vermelhidão no local de aplicação, que geralmente duram um ou dois dias. Manifestações gerais, como febre, moleza e dores de cabeça e muscular também podem surgir. Embora muito raros, podem acontecer eventos graves: reações alérgicas, doença neurológica (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico) e doença em órgãos (infecção pelo vírus da vacina causando danos semelhantes aos da doença). Tais eventos, como já citado, ocorrem com frequência maior nos idosos.

4) Uma dose da vacina durante a vida contra a Febre Amarela é realmente suficiente?

Sim. Desde 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda apenas UMA DOSE da vacina. Portanto, não há mais a indicação de dose de reforço da vacina, salvo raras exceções.

5) O que devem fazer os idosos que não podem tomar  esta vacina?

Aqueles que não podem tomar a vacina devem evitar viagens a locais de maior risco para a doença. Caso a viagem seja inevitável ou o idoso resida em área endêmica, recomenda-se, sempre que possível, o uso de métodos de barreira, como repelentes, roupas longas e telas de proteção contra mosquitos.

FONTE: AMB

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