domingo, 11 de novembro de 2012

SP: SOB PROTESTO, QUASE 3 MIL ESTUDANTES DE MEDICINA FAZEM EXAME


Diante de um protesto de parte dos estudantes, cerca de 2,5 mil formandos dos cursos de medicina de São Paulo e quase 500 alunos de outras regiões que pretendem obter o registro da profissão no Estado realizam neste domingo o exame do Conselho Regional de Medicina (Cremesp). Mesmo sob a ameaça de haver retaliação, alunos contrários à forma como o exame é feito protestaram em frente a um dos locais onde a prova era aplicada na capital paulista, com cartazes e megafones, incentivando os formandos a marcarem apenas a alternativa "B" nas 120 questões da prova.



"Não somos contra o exame, mas da forma como ele é feito. Queremos uma avaliação de qualidade, não é possível classificar um futuro médico em 120 questões teóricas", opinou Rafael Nishida, estudante da Unicamp, de Campinas, favorável à avaliação periódica dos cursos, que participava do movimento de boicote.
"Essa prova não foi criada com o intuito de melhorar os cursos, mas para criar a 'reserva de mercado'. Uma prova de múltipla escolha só favorece o surgimento de cursinhos, como os que surgiram com o exame da OAB (em referência ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil, voltado aos formandos de direito)", disse Thiago Morais da Silva, aluno da Universidade de São Paulo (USP), que também protestava contra o exame.
Entretanto, a possibilidade de ficarem sem o registro profissional fez com que muitos formandos que se declararam contrários ao exame desistirem de boicotar a avaliação. Pouco antes do fechamento dos portões onde a prova era aplicada, integrantes do protesto afirmavam que não era possível afirmar qual seria a adesão ao boicote, já que "muitos têm medo de não poder exercer a profissão depois", disse Nishida.
A formando Juliana Azevedo, que pretende atuar na área de dermatologia, por exemplo, faria o exame mesmo sem concordar com a metodologia da avaliação. "Uma prova teórica não serve para avaliar uma profissão essencialmente prática. Só beneficia os 'médicos de papel'", opinou.
Outro lado
O presidente do Cremesp, Renato Azevedo, negou que o órgão tenha impedido os protestos com a ameaça de não conceder registro profissional aos alunos que aderirem ao boicote. Ele disse, contudo, que as provas marcadas apenas com a alternativa "B" serão separadas e, após avaliação da área jurídica, o conselho decidirá o que será feito com estes formandos, dependendo da adesão ao boicote.  "Tudo será feito dentro da lei. Eles estão no direito deles de protestarem, mas não podemos contabilizar essas provas", disse Azevedo. O médico, porém, rechaçou as críticas à avaliação, e disse que caberia às próprias instituições de ensino o dever de "avaliarem de forma seriada seus alunos". "Só com esse exame poderemos avaliar as instituições. Mas elas mesmo deveriam fazer exames periódicos e reprovar quem não se sai bem. Hoje quem entra em uma escola de medicina sai médico", afirmou o presidente da Cremesp.
A prova, aplicada desde 2005, passou a ser obrigatória para os estudantes do 6º ano na edição de 2012, que ocorre neste domingo. Os formandos não precisam acertar um número mínimo de questões, basta que participem do exame para obter o registro. O teste é composto de 120 questões objetivas de múltipla escolha, com cinco alternativas cada, compreendendo nove áreas - clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde mental, saúde pública/epidemiologia, ciências básicas e bioética.
Fonte: terra

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