terça-feira, 7 de outubro de 2014

MEDICINA: Morre motorista que teve rim extraído após diagnóstico de gases em SP



Morreu na madrugada deste sábado (4) o motorista de ônibus Fernando Garcia, de 55 anos, que precisou ter um dos rins extraído, após ser consultado por quatro vezes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ribeirão Preto (SP) e receber diagnóstico de gases. Garcia estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE) desde segunda-feira (29). A família acusa a equipe médica da UPA de negligência médica, alegando falha nos primeiros atendimentos. O enterro de Garcia acontece às 16h deste sábado no Cemitério Bom Pastor.

O caso é investigado pela Polícia Civil, pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pela Secretaria Municipal da Saúde - que abriu uma sindicância para avaliar a conduta dos médicos que atenderam Garcia. Por telefone, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a pasta aguardará a conclusão da sindicância para tomar as devidas providências sobre o caso.

O caso
Um dos filhos do paciente, o autônomo Fernando Garcia Filho, afirma que o pai foi levado à UPA pela primeira vez na noite de 27 de setembro, sentindo fortes dores abdominais. Os médicos ministraram medicamentos para controlar o nível de glicemia, já que o homem sofria de diabetes, e o liberaram. Entretanto, as dores persistiram e o motorista retornou à unidade de saúde na manhã do dia 28, quando realizou exame de sangue.

Garcia Filho conta que o pai passou a noite com dores e a família retornou à UPA na manhã de segunda-feira (29). Os médicos solicitaram um ultrassom, pois suspeitavam de pedra nos rins. Após o exame, o motorista começou a sentir falta de ar e foi encaminhado já inconsciente para o HC-UE, onde foi submetido a uma cirurgia de urgência para retirada de um dos rins. O homem foi então internado na UTI.

A família também registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. O delegado regional do Cremesp em Ribeirão, Isaac Jorge Filho, afirmou que uma sindicância será instaurada para apurar a denúncia da família. Para o médico, as equipes que atendem casos de emergência deveriam ser formadas por médicos experientes, que sabem como agir em situações de risco.


Conduta 'oportuna'
Na quinta-feira (2), o secretário de Saúde Stênio Miranda negou ter conhecimento de possíveis falhas médicas na UPA durante o socorro prestado a Garcia, mas admitiu que as informações sobre o atendimento ainda eram fragmentadas. Por esse motivo, foi instaurada sindicância para avaliar a conduta dos profissionais envolvidos. Miranda disse, no entanto, que, de acordo com os dados obtidos até então, a conduta dos médicos era considerada compatível com os sintomas apresentados pelo paciente. "Em todos os momentos em que foi atendido, recebeu condutas oportunas em relação ao que se detectou."

O secretário confirmou na ocasião que os exames realizados em Garcia apontaram alterações na função renal e que a administração de medicamentos para gases e regulação intestinal foi acertada, no sentido em que visou melhorar o bem-estar do paciente. "Diante de um paciente sintomático, uma das coisas que o médico faz é tentar aliviar esses sintomas. São medicamentos não curativos, que não são direcionados a resolver uma doença em progressão, mas são medicamentos sintomáticos para alívios das queixas que o paciente vinha apresentando. Isso é uma das responsabilidades do médico", disse.

Por telefone, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou neste sábado que a Secretaria da Saúde aguarda a conclusão da sindicância instaurada para tomar as devidas providências sobre o caso.

FONTE: G1

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