terça-feira, 11 de março de 2014

Bebê fica 23 dias com mola presa na garganta no ES, diz família



Com dificuldades para respirar, primeiro foi diagnosticado com pneumonia.
Mola foi retirada na noite de domingo e bebê está na UTI.

O bebê Daniel Brandão Alves Martins, de 1 ano e dois meses, passou 23 dias com uma mola de pregador de roupa presa na garganta, segundo os pais. Com dificuldade para respirar e comer, o bebê chegou a perder mais de quatro quilos nesse período. Sem saber a causa do problema, os pais de Daniel, que moram em Guarapari, no Espírito Santo, levaram a criança várias vezes ao posto de saúde e receberam vários diagnósticos.
O bebê primeiro foi diagnosticado com suspeita de pneumonia. Somente neste domingo (9), a mola foi retirada, após uma endoscopia. Ele segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil de Vila Velha.
A Secretaria de Saúde de Guarapari informou que o paciente foi atendido nos dias 11, 12, 13 e 18  de fevereiro e a queixa da mãe era de que a criança havia ingerido planta. Um médica pediatra solicitou raio X de tórax. Ele foi medicado e encaminhado para o Hospital de referência, Himaba. A Secretaria de Estado da Saúde disse que o Hospital Infantil vai apurar o caso. O estado clínico da criança é estável.

A mãe do bebê, Cristiane Simões Brandão, conta que no dia 13 de fevereiro viu quando Daniel colocou algo na boca, mas pensou que fosse um pedaço de babosa. Levou o bebê ao Posto de Saúde, em Guarapari, onde ele tirou uma radiografia, foi medicado e voltou para casa. "Deram um remédio para ele vomitar, porque a gente achava que era um pedaço de babosa que ele tinha engolido, e fomos embora. Mas ele começou a ter febre e dificuldade para comer. Voltei ao posto e disseram que era porque a garganta estava inflamada, deram remédio para dor e nos mandaram embora", conta.
Como o filho não melhorava, os pais decidiram levá-lo ao Hospital Infantil de Vila Velha, no dia 18 de fevereiro. "Levei a radiografia, mas não sei se a médica olhou. Ele foi examinado e ficou internado, com suspeita de pneumonia. Teve alta no dia 20", diz a mãe. Entretanto, o bebê continuava com dificuldade para respirar e comer. "Nem água descia. Ele chorava muito. Levamos ao posto várias vezes, mas tratavam como garganta inflamada", afirma.
Na sexta-feira, dia 7 de março, voltaram ao Hospital infantil de Vila Velha e Daniel foi novamente internado, dessa vez com suspeita de crise asmática. "Como o bebê não melhorava, a médica de plantão solicitou uma radiografia e constatou que tinha uma mola de pregador de roupa na garganta do bebê. Ela solicitou uma endoscopia e deixou a criança em jejum a partir das 21h", conta a mãe.
No sábado de manhã, dia 8, a médica de plantão solicitou uma tomografia antes de fazer a endoscopia e Daniel foi encaminhado para o Hospital Infantil de Vitória. "Só que lá o médico não quis fazer a tomografia, alegando riscos. Voltamos para Vila Velha. A médica disse que não faria nada sem a tomografia e nos mandou de volta para Vitória. Meu filho em jejum, chorando, com dor, e a gente de um lado para o outro, sem que ninguém resolvesse nada. Tive que assumir o risco e brigar para o médico fazer a tomografia. Até que ele fez e voltamos para o Infantil de Vila Velha, na expectativa que a médica retirasse a mola da garganta dele logo. Já era por volta de 21h. O cirurgião de plantão olhou a tomografia e constatou que não precisava de cirurgia, que daria para retirar com endoscopia, mas tivemos que esperar até o dia seguinte", diz Cristiane.
A mãe conta que só no domingo (9), por volta das 10h, a endoscopia foi realizada e conseguiram retirar a mola da garganta do bebê. Ele foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), onde segue internado. "Ele está sedado ainda, em observação. Os médicos disseram que o local onde a mola estava ficou bem machucado e há risco de lesões em alguns órgãos", afirma.

FONTE: G1

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