O Ministério da Educação decidiu aplicar o Revalida, exame obrigatório para quem cursou medicina fora do Brasil poder atuar como médico no país, também para estudantes da carreira matriculados em instituições brasileiras, de acordo com pessoas ligadas à área médica ouvidas pelo G1.
Procurado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou nesta quinta-feira (11) que uma edição do exame será aplicado para uma amostra de estudantes do sexto (e último) ano de cursos de medicina no Brasil como um "pré-teste", mas não detalhou quantos alunos farão avaliação, de quais universidades, a data, nem se será um exame pontual ou permanente. O G1 apurou que a prova deve ser aplicada ainda neste semestre.
Como o índice de
reprovação do exame é muito alto , a intenção do governo é
aplicar entre os alunos brasileiros que estudam no país para testar habilidades
e competências.
O Revalida é um exame
nacional criado pelo Ministério de Educação que representa a porta de entrada
tanto para estrangeiros quanto brasileiros que se formaram no exterior
exercerem a medicina no Brasil. Ele é uma exigência para que o diploma seja
válido no país.
Pelo exame, enquanto o
médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas
instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. Se um
médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do
ano seguinte.
Em 2012, 884 pessoas de
várias partes do mundo se inscreveram para o Revalida, e apenas 77 (menos de 9%)
conseguiram a aprovação no exame.
O Brasil respondeu pela
grande maioria dos inscritos (560), mas apenas 7% dos candidatos foram
aprovados. O país ficou na sexta colocação no ranking de índices de aprovação.
Os países que obtiveram o maior êxito neste quesito foram Venezuela (27%) e
Cuba (25%), apesar de o número absoluto de inscritos ter sido pequeno. Nenhum
candidato com nacionalidade de países da Ásia, África ou América do Norte
conseguiu passar na prova do MEC.
Diplomas que
mais ajudam no Revalida
Os dados do Inep sobre as
provas aplicadas em 2012 indicam que os cursos de medicina de Portugal são os
que melhor preparam os médicos para a aprovação no Revalida. No ano passado, dos oito diplomados no país incritos na
prova, três conseguiram passar, o equivalente a 37%.
A Venezuela ficou na
segunda posição no ano passado. As instituições do país aprovaram 27% de seus
estudantes que participaram da prova.
Entre os 26 candidatos que
se formaram em medicina na Espanha, 19% conseguiram a aprovação. Na edição de 2011 do Revalida, porém, todos os 16 candidatos
formados em instituições espanholas foram reprovados. Estudantes de
instituições de outros dez países europeus não especificados pelo Inep tiveram
índice de aprovação de 24%.
O Brasil não figura na
tabela porque quem se formou no país não é obrigado a prestar o exame para
exercer a profissão.
Padronização do
teste
O exame foi criado em 2011
com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as
diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Antes do Revalida,
cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise
seguindo a legislação.
Segundo informações
divulgadas no site do Inep, o exame cobra habilidades e competências das cinco
grandes áreas da medicina: cirurgia; medicina de família e comunidade;
pediatria; ginecologia-obstetrícia e clínica médica. Há níveis de desempenho
esperados para as habilidades específicas de cada área.
O exame é aplicado em duas
etapas: avaliação escrita, composta por uma prova objetiva, com questões de
múltipla escolha, e uma prova discursiva. Numa segunda etapa, é realizada a
avaliação de habilidades clínicas.
FONTE: G1
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