Declaração foi dada pelo governador Omar Aziz, durante a leitura da Mensagem Governamental que abriu o ano legislativo de 2013, sobre a precariedade do sistema de saúde pública no interior do Estado
Mesmo com orçamento anual
de mais de R$ 2 bilhões, a saúde pública estadual, nas palavras do governador
Omar Aziz (PSD), ainda deixa morrer, por falta de atendimento especializado,
mais de 237 pessoas diariamente em todo o Amazonas.
“Eu não tenho noção, mas
acredito que morra no Amazonas, diariamente, uma ‘Santa Maria’, por falta de
assistência médica. Se lá morreram 237, infelizmente, no nosso Estado, morrem
diariamente 237 pessoas ou mais por falta de assistência médica”, declarou
Omar, nesta terça-feira (05), em discurso na Assembleia Legislativa (ALE-AM),
durante a leitura da Mensagem Governamental que abriu o ano legislativo de
2013.
Os recursos financeiros
destinados à Secretaria Estadual de Saúde (Susam) representam 15,68% dos quase
R$ 13 bilhões estimados no orçamento do Estado do Amazonas para este ano. No
entanto, segundo o titular da Susam, Wilson Alecrim, apenas 12 dos 62
municípios contam com hospital com equipe básica de atendimento: médicos,
especialistas e enfermeiros. “Não mais do que 20% (dos municípios). Mas todos
possuem pelo menos um clínico-geral”, garantiu Alecrim.
Mesmo com a formação de
462 médicos pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) nos últimos cinco
anos, ainda são necessário mais da metade desse número de profissionais para
deixar o interior do Estado tranquilo em atendimento médico. “O déficit de
médicos no interior deve considerar as necessidades na esfera do governo
estadual e dos municípios. Nas unidades do Estado, ultrapassa a 250
profissionais”, disse Alecrim, que revelou ainda, que além de especialistas em
Pediatria, o interior carece de médicos cirurgiões, anestesistas,
ginecologistas-obstetras. Na capital as maiores carências são dos especialistas
em neurologistas, otorrinolaringologistas, intensivistas, dermatologistas,
pediatria e oncologistas, esté último com mais necessidade.
Em seu discurso Omar Aziz
prometeu que este ano o governo deverá investir em saúde no interior do Estado
mais de
R$ 659 milhões em
infraestrutura, mas reclamou da falta de médicos. “Nós temos hospitaismas não
temos profissionais. E não se faz saúde sem profissionais especialistas para
atender as pessoas. Porque senão elas morrem”, disse o governador.
Sobre a declaração de
Omar, Wilson Alecrim disse que o governador não falou de caso concreto, mas em
tese. “O governador falou em tese de um assunto que preocupa a todos os
gestores, usou o exemplo de Santa Maria no sentido de que, da mesma forma como
o País inteiro se dedicou ao assunto, também fizesse o mesmo em relação aos
municípios que não possuem médicos para assistir as suas populações”, amenizou
Alecrim.
Projeto ''facilita''
validação de diploma
De 1970 até 1999, o Brasil
era signatário de um acordo de cooperação acadêmica que validava
automaticamente diplomas de medicina expedidos por países latinos e caribenhos,
a partir do ano de 2000 as validações passaram a ser feitas por universidades
públicas brasileiras.
A partir de 2010, o Brasil
instituiu o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por
Instituições de Educação Superior Estrangeiras, o Revalida, que procurou
padronizar essa validação no País, no entanto, o processo é considerado difícil
entre os médicos. Estudo feito pelo Conselho Federal de Medicina, mostrou que
dos 677 participantes em 2011, apenas 65 conseguiram aprovação.
Em busca de tornar o
processo de validação dos diplomas mais brandos, tramitam no Senado dois projetos
que tentam essa mudança. Um, do senador Roberto Requião (PMDB-PR), e outro da
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). “Ele (o projeto) ainda está na Comissão
de Assuntos Sociais, mas temos a promessa da presidente de regulamentá-lo. O
nosso projeto não transforma a validação automática, e isso não foi entendido
pelos médicos brasileiros”, disse Vanessa.
Fonte: acritica
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