Alunos da Famema decidem boicotar prova do Cremesp
No dia 11 de novembro, eles decidiram fazer um protesto em frente às escolas que aplicarão a prova com faixas e carro de som
Os alunos da Famema (Faculdade de Medicina de Marília) decidiram em assembleia realizada no último dia 10 de outubro, boicotar a prova do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Avaliação visa conter o alto número de processos por erro médico e a abertura desenfreada de escolas médicas, mas estudantes alegam que, além de não resolver os problemas, a instituição responsabiliza apenas os alunos pela deficiência de formação.
É o que explica a integrante do DACA (Diretório Acadêmico Christiano Altenfelder), Ingrid Woerle de Souza.
“O Cremesp não tem jurisdição para fechar escolas médicas precarizadas, ou sequer competência para orientar a correção de seu ensino. Isso porque, não se trata de um órgão voltado para a educação e, sim, para o mercado de trabalho”, fala.
Até o ano passado, a prova era aplicada de forma voluntária, neste ano passará a ser obrigatória. Ingrid cita como exemplo o exame da OAB, que segundo ela, em vez de diminuir, aumentou o número de escolas de direito no país.
“A partir do momento em que uma prova passou a selecionar os estudantes que exerceriam ou não a profissão, abriram-se possibilidades da abertura de cursos sem infraestrutura, escolas que se preocupavam apenas em treinar para a realização da prova, formando apenas técnicos em como realizar o exame, e não profissionais competentes para a prática jurídica. O mesmo pode ocorrer na área médica”, alega.
No dia 11 de novembro, os alunos da Famema farão um protesto em frente às escolas que aplicarão a prova com faixas e carro de som.
“A intenção é convencer outros estudantes a boicotar a prova e chamar a atenção da sociedade, que acha que a qualidade do atendimento médico vai melhorar com o exame”, explica.
Ela afirma que o diretório defende a criação de um exame, feito pelo MEC, para analisar estudantes e faculdades de forma contínua, englobando todos os aspectos: conhecimento adquirido pelo aluno, grade curricular, corpo docente e infraestrutura. Em Marília são 480 estudantes na Famema. Em todo o Estado de São Paulo, 2.460 alunos devem ser avaliados. A Cremesp aplica a prova desde 2005, mas de forma voluntária. Nos últimos sete anos, segundo o site do conselho, dos 4.821 graduandos que participaram da avaliação, 2.250 não foram aprovados, equivalente a 46,7% dos candidatos.
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