sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Cubana que deixou o Mais Médicos recebe proposta de emprego

Médica deverá começar a trabalhar nesta segunda-feira (10) em setor administrativo da AMB.


Um dia depois de pedir refúgio ao governo brasileiro, a médica cubana Ramona Matos, que deixou o programa Mais Médicos, recebeu nesta quinta-feira (6) uma proposta de emprego. A AMB (Associação Médica Brasileira) ofereceu um cargo no setor administrativo da entidade a médica deverá começar a trabalhar na próxima segunda-feira (10)

Ramona ainda entrará com uma ação trabalhista na Justiça do Pará pedindo o pagamento do que ela teria deixado de receber nos últimos quatro meses em que atuou em Pacajá, no Sudoeste Paraense. Orientada pela assessoria jurídica da bancada do DEM na Câmara, Ramona reivindicará também ressarcimento por danos morais. 

A cubana está hospedada na casa do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) e já aceitou a proposta de emprego. O valor do salário oferecido não foi informado, mas a médica deve começar a trabalhar na segunda-feira (10). Mesmo com Ramona empregada, os líderes do partido afirmaram que ela manterá o pedido de asilo aos Estados Unidos e ao governo do Brasil.

De acordo co deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), ela "tem de trabalhar com mais de uma opção". Ramona deve dar entrada ao requerimento de emissão do Registro Nacional de Estrangeiro (RNE) e da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CPTS).

Em paralelo à ação individual da cubana, a legenda deve protocolar uma representação solicitando que o Ministério Público do Trabalho (MPT) entre com uma ação coletiva contra o programa.

De acordo com Caiado, o Brasil terá de responder por dano moral não só à médica cubana, mas a todos os cubanos", disse Caiado. O argumento é de que a legislação trabalhista do País prevê que o empregado não pode ser "diminuído de seu valor de trabalho" e que, ao receber menos que os demais médicos do projeto, Ramona sofreu danos morais. A ação trabalhista da médica incluirá pagamento proporcional de 13º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não recolhido.

O processo estima um pedido de ressarcimento superior a R$ 36 mil. A requisição de refúgio ao Brasil, entregue nesta quarta-feira (5), ao Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), Ramona alegou que exerceu a Medicina em situações "humanamente desiguais" se comparadas com os profissionais de outras nacionalidades que participam do plano.

O pedido de refúgio também argumentou que a cubana recebia salário substancialmente inferior ao dos demais profissionais, mesmo realizando "as mesmíssimas atribuições". O fato de os médicos de outros países ganharem R$ 10 mil de remuneração, enquanto os cubanos, pelo contrato, recebem o equivalente a US$ 400 no Brasil, foi o que motivou a saída de Ramona de Pacajá.

O líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), disse que não tem como distinguir um (médico) cubano de um espanhol. Nesta manhã, os deputados afirmaram que a família de Ramona em Cuba não teve acesso aos valores que o governo do país havia se comprometido em repassar. Os deputados anunciaram que a legenda continuará apoiando a médica e que há a possibilidade de outros profissionais seguirem o exemplo dela nos próximos dias.

O presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), Florentino Cardoso disse que dará todo o apoio necessário a Ramona.

— A AMB dará a ela o apoio necessário e irá ajudá-la, se este for seu desejo, naquilo que for preciso para revalidar o diploma médico, inclusive oferecendo capacitação.

De acordo com a associação, eles estão “à disposição para dar apoio humanitário e garantir acesso a todos os instrumentos políticos e legais para viabilização do asilo político aos profissionais cubanos que estão atuando no Brasil”.

FONTE: R7

7 comentários:

  1. Me nome é Simone, sou Brasileira e Medica. Para realizar meu sonho, de estudar medicina, tive que ir para Espanha e assim ficar longe da minha família muitos anos, passando dificuldades económicas e sofrendo o falecimento do meu pai a distância.
    Agora por fim vejo mais perto a oportunidade de voltar para meu país, com a minha família. Consegui fazer a inscrição em Mais Médicos e espero ter a sorte de conseguir uma cidade perto da minha casa, e com o tempo conseguir aprovar a Revalidação.
    Não quero ser cruel, nem mal interpretada, más nenhum político brasileiro facilitou para que os brasileiros emigrantes voltassem para sua terra natal, oferecendo-lhes trabalho e ajudas. Será porque isso não dá votos nem publicidade internacional, não é mesmo? Porque não encontro outra explicação.
    Fico muito contente pela Dona Ramona, peço outra vez não ser mal interpretada por vocês, más confesso ter um pouco de inveja dela, já que o sonho de uma brasileira é para ela, cubana, uma realidade. Quem diria que um dia, no mais profundo do meu ser, eu desejaria ter nascido em um país como Cuba para que o Brasil me oferecesse trabalho.
    Em fim...Meus parabéns Dona Ramona.

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    1. Sabias as suas palavras Simone, penso da mesma forma que você!

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  2. Gostaria de saber porque não publicam como os médicos cubanos foram contratadfos em sue país de origem. Eles assimaram um contrato sabendo todos os termos vinculantes; mas ter um visto e o passaporte na mão e passagem aérea até outro país é aforma de pedir asilo aos EEUU ou o páis onde estão ''quando convém''. Como diz a colega Rezende eu também estudei e vivo fora do Brasil há muitos anos, e devo fazer o Revalida para voltar e trabalhar no Brasil. Sinto inveja da sra. Ramona porque vai poder trabalhar na AMB e ainda terá ajuda para preparar o revalida ! Até quando o doble filo de ser cubano, seguira beneficiando a unos y a otros; hasta cuando?!

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    1. Os médicos de Cuba são escravos do seu próprio país, sendo assim escravos são obrigados a assinar qualquer documento "contrato" para ir trabalhar onde o governo quiser e nas condições impostas por eles. O errado é nosso governo que ajuda nesse regime comunista, compactuando em escravizar pessoas. Nosso governo infelizmente prefere ajudar os irmãos "castro" do que importar com os brasileiros que tem diplomas de outros países, mostrando total desinteresse com o REVALIDA por exemplo. Infelizmente meu amigo fomos deixados para lateral por esse governo e pelos outros governos anteriores também.

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    2. Desculpa, Revalidação Médica, mas esse comentário é muito infeliz! Estudei e morei 12 anos em Cuba, nenhum médico cubano tem apontado uma arma na cabeça e obrigado a assinar nenhum contrato de cooperação médica. Inclusive, é voluntario e sai quem quer!! Para quem não sabe, desde janeiro de 2013, os cubanos podem sair do país sem a via de coooperação médica, e tem muitos médicos que sairam por contratos assinados por eles mesmos com outros países, e retornam a Cuba. Aqui mesmo no programa "Mais Médicos", tem cubanos que se escreveram individualmente, através da internet e recebem o valor oferecido aos demais. Eu mesma tenho vários colegas médicos que não querem e nem desejam sair de missão! a Dra. Ramona muito oportunista, sim sabia das condições do contrato e leu o que assinou. Agora o que mais me chateia é a hipocrisia da AMB de facilitar à alguns que lhe convém por ideologias políticas em detrimento do brasileiro.

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    3. Como eu disse antes Teresa eu respeito todas as opiniões, como a sua por exemplo. Agora acredito que todos podemos discordar, minha experiência também é grande com Cuba. Tenho alguns amigos (7) cubanos no qual todos pediram asilo a Espanha e Inglaterra além de 2 familiares que estudaram medicina em Cuba. Trabalhei com eles na Espanha por 11 anos e acabamos tornando amigos, como eu disse antes respeito sua opinião mas tenho a minha também que de acordo com meus amigos nenhum cubano poderia sair de Cuba de maneira voluntária, ou seja, sem que o governo permita. Eles tem familiares médicos que não podem sair do país por já terem familiares que pediram asilo político em "missões" do governo cubano. Mas respeito sua opinião apenas temos referências distintas.

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  3. ufff... ninguém merece, essa AMB, mais hipócrita e oportunista, nunca vi!

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