terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vaga em curso de medicina é vendida por R$ 90 mil pela internet

Anúncio foi encontrado após prisão de envolvidos em fraude no vestibular de 11 instituições do Rio e MG. Esquema continua em outros estados.

A Justiça bloqueou os bens dos 21 suspeitos de vender vagas e provas dos cursos de medicina de faculdades do Rio e de Minas Gerais. A repórter Liliana Junger descobriu que esse esquema funciona também em outros estados.
As imagens feitas pelos investigadores mostram encontros em locais públicos entre integrantes da quadrilha e os interessados em comprar uma vaga no curso de medicina. Para entrar na faculdade, os valores eram altos: “Os R$ 130 mil que nós combinamos”, diz um golpista.
E os "alunos" continuavam usando os serviços da quadrilha para passar nas matérias durante o curso.

Golpista - Tá me ouvindo, tosse!
Estudante - (tosse)
Golpista - Ah, sucesso!  Aqui, vou falar a número 3, aberta: vou começar a ditar agora.
A polícia informou que os testes dos últimos vestibulares das faculdades onde ocorreram as fraudes vão passar por uma perícia. As notas das provas vão ser comparadas com as que foram divulgadas nas listas de aprovados. A investigação já concluiu que funcionários de pelos menos 3 das 11 instituições onde esquema foi detectado, participavam do golpe.
Na internet quadrilhas também oferecem vagas. Neste anúncio, para entrar no curso de medicina em Rondônia basta pagar R$ 90 mil. A reportagem ligou para o telefone indicado e o homem diz que nem é preciso fazer a prova.
Golpista - Eu vou fazer prova no seu lugar. Aqui em Rondônia, qualquer das Faculdades de Medicina eu passo em todas. 
Produtora - Como é que você vai fazer a prova no meu nome?
Golpista - Eu não tenho como entrar nesses detalhes, né. Mas eu faço a prova no seu nome, tranquilamente, sem dar problema nenhum.
O Bom Dia Brasil enviou uma mensagem para outro anúncio. No site, há ofertas de vagas em diversos cursos e em vários estados.

Na resposta, o vendedor diz que há vaga para medicina em uma faculdade no norte de Minas. E que também não é preciso fazer a prova, porque um funcionário da instituição incluiria o nome na lista de aprovação. O anunciante ainda assina a mensagem dizendo que é líder de mercado de venda de diplomas.
O Conselho de Medicina de Minas Gerais disse que só fiscaliza a atuação de médicos. “Isso é incompatível com a atividade médica”
O Ministério da Educação informou que as denúncias são encaminhadas à polícia.
 
O Centro Universitário de Caratinga informou que tem colaborado com as investigações.
 
A assessoria da Universidade Federal de Rondônia disse que o ingresso para o curso de medicina é feito pelo Enem. E que, durante as provas, há três fiscais em cada sala.
 
A assessoria da Faculdade São Lucas, de Porto Velho, declarou que a instituição já tomou providências para evitar fraudes no vestibular.

FONTE: G1

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