terça-feira, 23 de outubro de 2012

Primeiro foram alunos de MEDICINA da UNICAMP agora alunos da FAMEMA que tambem decidem boicotar prova do Cremesp


Alunos da Famema decidem boicotar prova do Cremesp

No dia 11 de novembro, eles decidiram fazer um protesto em frente às escolas que aplicarão a prova com faixas e carro de som


Os alunos da Famema (Faculdade de Medicina de Marília) decidiram em assembleia realizada no último dia 10 de outubro, boicotar a prova do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Avaliação visa conter o alto número de processos por erro médico e a abertura desenfreada de escolas médicas, mas estudantes alegam que, além de não resolver os problemas, a instituição responsabiliza apenas os alunos pela deficiência de formação.
É o que explica a integrante do DACA (Diretório Acadêmico Christiano Altenfelder), Ingrid Woerle de Souza.
“O Cremesp não tem jurisdição para fechar escolas médicas precarizadas, ou sequer competência para orientar a correção de seu ensino. Isso porque, não se trata de um órgão voltado para a educação e, sim, para o mercado de trabalho”, fala.
Até o ano passado, a prova era aplicada de forma voluntária, neste ano passará a ser obrigatória. Ingrid cita como exemplo o exame da OAB, que segundo ela, em vez de diminuir, aumentou o número de escolas de direito no país.
“A partir do momento em que uma prova passou a selecionar os estudantes que exerceriam ou não a profissão, abriram-se possibilidades da abertura de cursos sem infraestrutura, escolas que se preocupavam apenas em treinar para a realização da prova, formando apenas técnicos em como realizar o exame, e não profissionais competentes para a prática jurídica. O mesmo pode ocorrer na área médica”, alega.
No dia 11 de novembro, os alunos da Famema farão um protesto em frente às escolas que aplicarão a prova com faixas e carro de som.
“A intenção é convencer outros estudantes a boicotar a prova e chamar a atenção da sociedade, que acha que a qualidade do atendimento médico vai melhorar com o exame”, explica.
Ela afirma que o diretório defende a criação de um exame, feito pelo MEC, para analisar estudantes e faculdades de forma contínua, englobando todos os aspectos: conhecimento adquirido pelo aluno, grade curricular, corpo docente e infraestrutura. Em Marília são 480 estudantes na Famema. Em todo o Estado de São Paulo, 2.460 alunos devem ser avaliados. A Cremesp aplica a prova desde 2005, mas de forma voluntária. Nos últimos sete anos, segundo o site do conselho, dos 4.821 graduandos que participaram da avaliação, 2.250 não foram aprovados, equivalente a 46,7% dos candidatos.

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